Páginas

domingo, 29 de maio de 2011

Um caos em meio a solidão, e a solidão em meio a multidão.

 Já desisti de tentar entender o incompreensível. Porém nunca parei de tentar compreendê-lo.
 Talvez eu seja uma tola. Perco pessoas muito fácil e vejo-as passar pela minha vida como se eu fosse a estação e elas os trens. Sim, eu cansei. Apesar disso ainda ocorrer - e muito. Sinto saudades de quem foi e não voltará, por força das circunstâncias. Sei que não poderei tê-las por perto nem em meu coração. E isso dói. Está doendo.
 Meus dias e meu interior estão abalados, vazios. Tudo foi para o chão, desmoronou, sumiu. Sinto-me alguém triste, alguém só. Trinta, cinquenta, cem e poucas pessoas, não importa. Eu realmente fico só em qualquer lugar, na maioria das situações.
 E o que tento esquecer durante o dia, vem a minha mente em formato de pesadelos durante a noite, o que se faz ainda mais complicado de esquecer. Está difícil demais esses dias iguais, tão sem cor. Minha estrutura está abalada, sim. Mas sei que vou erguê-la, mesmo que demore, a felicidade um dia vai chegar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nova reunião


 Estávamos lá: sentados, pensativos, ilustres com suas ideias, e aquele espírito competitivo e tão inseguro - e egoísta. Sabíamos que era difícil uma ideia ser aceita. Tínhamos conhecimento de todas as pedras no caminho. Com certeza éramos todos bem informados. Mas todas as ideias, no fim, foram rejeitadas. Todos se sentindo como verdadeiros lixos, pensando que já era já foi, não era nem para ter começado. Mas era. Ah se era. Era sim.
 Não sabíamos ler mãos, ver futuro, ter previsões. Só sentíamos medos variados. Rostos diversos olhava-nos como se fossem superiores. Achamos que sim. Na verdade, tínhamos absoluta certeza.
Isso que foi o que aconteceu, como lixos no chão de grandes metrópoles voavam com o vento, alguns ficavam presos em postes, lixeiras, bueiros... Mas há quem continuou. O vento ajudou, ele se ajudou: se ergueu. Ao passar do dia pessoas e mais pessoas desistiam como se fosse apenas dizer "não". Era muito mais.
 Saber que aquilo pode mudar sua vida pode prejudicá-la: a angústia da ansiedade, agitação, tantos pensamentos para coisas novas - e em tão pouco tempo! Nossa! E, apesar de tudo, ainda devíamos continuar ali, firmes e fortes, sempre esperanto a nova reunião. Sim, aquela que seria tão útil para nós quanto para eles. Havia um sonho em comum em todos aqueles que paravam e os que seguiam em frente. E sim, poucos conseguiram. Mas tenho certeza de que, se haviam continuado, teriam alcançado.
 Preferiram parar e a nova reunião foi para quem continuou mesmo se sentindo um lixo jogado ao chão, conseguiu. O lixo virou matéria-prima riquíssima. Obviamente, foi surpreendente por um lado e perfeitamente aceitável pelo outro. Era tão óbvio! Como não tínhamos enxergado que o segredo era persistir, insistir? Foi um erro em massa tão banal! Mas eles enxergaram, eles conseguiram. Confiaram, batalharam e o dia da nova reunião chegou. A oportunidade lhe deu uma chance, um por cento. Era pegar ou lagar: e eles agarram-se com unhas e dentes.

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe:



 Quaisquer descrições que alguém possa fazer para a sua, são totalmente dispensáveis. Nenhum filho consegue descrevê-la. Apenas sente, sente amor. Amor por, talvez, a única pessoa no mundo que sempre lhe dará a mão, independente do que for sempre junto. Junto dela viemos, junto dela ficamos.
Quem sabe seja por isso que a palavra 'mão' seja tão parecida com 'mãe'. Mão de dar a mão, acolher, apertar, segurar, acariciar... Amar.
O mundo lhe dá as costas, pessoas saem da sua vida, esquecem-te como você fosse um número de telefone, fingem amar-te, como se não esperasse algo em troca - mas esperam. Mas Mãe és tu o oposto de tudo que há de mal, errado e de absurdo no mundo. Mãe és exemplo de amor, compaixão, caridade, amizade, fraternidade... Não lhe descreverei, não direi isto ou aquilo de ti. Sabes que és o que toda definição de mãe, daquelas melhores possíveis, te descreve muito melhor do eu, este ser que a única certeza do que quer lhe dizer é: Mãe, eu te amo.


Feliz dia das Mães!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ele sabe o que fazer

Quem vem lá? Quem será?
Quem vos fala? Quem nos encanta?
Quem vos escreve? Quem nos emociona?
Ele tem um reino prometido. Ele sabe o que fazer.
Ele sabe proteger, entreter, incomodar, respeitar...
Alguém faz ideia se quer que eu continue com isto?
Falar dele não é das coisas mais fáceis. Escrever menos ainda.
Ele não é simples, não. É do tipo que eu poderia dizer mil coisas como "... Ele é o melhor, é o maior, o mais corajoso!...".
... Ele é meu irmão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Como um anjo caído fiz questão de esquecer.

 Aprendi a chorar e a andar com o peito apertado, com medo, e o coração ferido, rachado, quebrado sem ao mesmo estar completamente curado. Talvez eu lhe diga que sim, me acostumei. Mas todos sabem que não se acostuma com o esse tipo de coisa.
 Desistir e ir embora, dizer adeus sem ao menos pronunciar: cruel e perverso. Daquilo que queremos distância sem ao menos ter conhecimento de como se distanciar. Ter de convencer-se que você não precisa de algo ou alguém é doloroso, enxergar o que fingia não ver. 'Deixar para lá' quem fez tanta diferença. Alguém que com uma palavra, ação, olhar ou um sorriso, melhorou seus dias tantas e tantas vezes. E ver que se repetia no dia seguinte, noutro e noutro, era tão "essencial", lhe fez tão forte - agora lhe faz tão fraca.
 De repente tudo 'deu para trás', obriguei-me como num jogo de tabuleiro quando criança, jogar tudo para o alto e dizer: Cansei, não quero mais!
 Todo aquele tempo não sei o que aconteceu, transformaram-se lembranças (do que tipo que há um sorriso de canto-de-boca ao recordar, apesar dos pesares). Parece, às vezes, que temos a necessidade de nos iludir, mesmo que esse não foi o tipo de ilusão que um dia eu disse ser saudável.
 Mas agora já foi, não vem mais. Ponto final.