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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Cuide do seu jardim.

Noite passada, eu percebi, finalmente, que não possuímos um quantidade exata de vezes possíveis para amar. É simples. Nós somos um solo fértil esperando alguma semente que faça crescer em nós algo incrivelmente novo. A questão é que ninguém possui a resposta exata para saber porquê algumas dessas sementes não brotam e algumas se tornam coisas gigantescas como árvores que criam raízes e posteriormente possíveis cicatrizes impossíveis de arrancar do nosso peito por completo. 
Eu me senti por muito tempo um solo infértil e achava que minha cota de vezes para amar já tinha acabado devido a intensidade dos sentimentos que havia vivido até então. Mas eu estava errada. Eu não era uma terra sem vida, eu apenas estava recebendo sementes que por algum motivo não faziam crescer nem uma flor. 
Percebi que amar é realmente algo sem medidas e tão simples que sua simplicidade nos parece complexa demais para compreender. Não é nossa culpa se nada brotar em nós durante algum tempo. Mas algum dia, certamente, irá. E talvez, dessa vez, não precisaremos nos dar ao trabalho de arrancar mal algum pela raiz. Dessa vez, perceberemos que podemos nos permitir deixar que aquela nova planta cresça o máximo que ela conseguir. 
Todos somos um solo esperando uma semente ou uma semente procurando um solo. Por haver bilhões de nós existindo em todos os lugares, as inúmeras possibilidades nos afastam de um destino que poderia ser traçado com certa facilidade. Então, enquanto nos perdemos nas curvas do destino, cuidemos de nossos jardins internos a fim de atrairmos para nós quem realmente deve fazer algo florescer.