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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desconhecido de si mesmo

 Certa vez um homem foi à Índia. Ele não sabia o que fazer, ver ou acreditar. Era um terrível homem sem coração. Viajou por viajar, amou sem amar, e enganou por enganar a quem acreditou que era realmente amada por ele.
 Obviamente não era alguém que as pessoas amavam conviver. Distanciou-se de quem lhe quis bem, juntou-se com quem não devia. Observava sem prestar atenção, amava sem coração, queria sem querer, vivia por viver.
 Certamente não fazia ideia de quem era, nem de onde viera. Só desejava mesmo era achar explicação para o que sentia. Talvez nem do próprio nome conhecimento tivesse. Ele realmente se perdeu ao tentar se encontrar. Dinheiro não era problema, porém não era o que precisava.
 Foi à França, Austrália, Rússia, Brasil, Argentina, encantou-se com o Japão, mas foi parar na Índia. E mais uma vez havia algo que não sabia: o que fazia lá. Há dez dias sem dar notícias nem receber ligações, pensou que agora estava bem. Viu-se pela primeira vez em paz, tirando férias de si mesmo.
 Os dias foram passando e o desconhecido dele mesmo já estava encontrando pessoas que valia a pena conhecer. Foi mesmo na Índia em que encontrou seu lar, seus amigos e sua paz. E foi quando jamais poderia imaginar que quem faltava chegou em sua vida, sua felicidade nasceu. Mas ele continuou um desconhecido. De si mesmo.

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