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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nova reunião


 Estávamos lá: sentados, pensativos, ilustres com suas ideias, e aquele espírito competitivo e tão inseguro - e egoísta. Sabíamos que era difícil uma ideia ser aceita. Tínhamos conhecimento de todas as pedras no caminho. Com certeza éramos todos bem informados. Mas todas as ideias, no fim, foram rejeitadas. Todos se sentindo como verdadeiros lixos, pensando que já era já foi, não era nem para ter começado. Mas era. Ah se era. Era sim.
 Não sabíamos ler mãos, ver futuro, ter previsões. Só sentíamos medos variados. Rostos diversos olhava-nos como se fossem superiores. Achamos que sim. Na verdade, tínhamos absoluta certeza.
Isso que foi o que aconteceu, como lixos no chão de grandes metrópoles voavam com o vento, alguns ficavam presos em postes, lixeiras, bueiros... Mas há quem continuou. O vento ajudou, ele se ajudou: se ergueu. Ao passar do dia pessoas e mais pessoas desistiam como se fosse apenas dizer "não". Era muito mais.
 Saber que aquilo pode mudar sua vida pode prejudicá-la: a angústia da ansiedade, agitação, tantos pensamentos para coisas novas - e em tão pouco tempo! Nossa! E, apesar de tudo, ainda devíamos continuar ali, firmes e fortes, sempre esperanto a nova reunião. Sim, aquela que seria tão útil para nós quanto para eles. Havia um sonho em comum em todos aqueles que paravam e os que seguiam em frente. E sim, poucos conseguiram. Mas tenho certeza de que, se haviam continuado, teriam alcançado.
 Preferiram parar e a nova reunião foi para quem continuou mesmo se sentindo um lixo jogado ao chão, conseguiu. O lixo virou matéria-prima riquíssima. Obviamente, foi surpreendente por um lado e perfeitamente aceitável pelo outro. Era tão óbvio! Como não tínhamos enxergado que o segredo era persistir, insistir? Foi um erro em massa tão banal! Mas eles enxergaram, eles conseguiram. Confiaram, batalharam e o dia da nova reunião chegou. A oportunidade lhe deu uma chance, um por cento. Era pegar ou lagar: e eles agarram-se com unhas e dentes.

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