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domingo, 14 de agosto de 2011

O cara sortudo que chamo de pai

 Meados da década de 1960 e um dia normal, como todos os outros, sem grandes surpresas. Um pré-adolescente brasileiro, pele clara, olhos azuis claros e cabelos vermelhos. Vivia a época de ouro do mundo da música sem ao menos perceber. Pediu dinheiro aos seus pais para ir ao cinema, como de costume, sem imaginar o que aconteceria nos próximos momentos do dia. Logo após o final do filme, cenas de quatro rapazes marcaram sua vida. Quatro rapazes de Liverpool, Inglaterra, que não encantaram somente ele, como o mundo todo por décadas e mais décadas. Bem, você já sabe de quem estou falando.
 Depois de enlouquecer ao som dos Beatles, foi ao cinema todos os dias em que pode para assisti-los. Após algum tempo, comprou alguns LP's e, enquanto a música tocava, caminhava cuidadosamente sobre o assoalho de madeira em sua casa para tentar evitar de que a agulha da vitrola pulasse, o que atrapalharia, obviamente.
  E assim foi, anos após anos e os Beatles acompanham até hoje ele e seus filhos.

 Esse pré-adolescente da história tem hoje 61 anos, se chama Adair e é meu pai. Eu o considero um dos cara mais sortudos do mundo, e o mais sortudo que conheço. Viveu uma época maravilhosa, o qual queria muito ter vivido. Ao pensar em escrever algo para ele para os dias dos pais, só tive a ideia fixa de contar um pouco da história que já ouvi trilhões de vezes, mas é a minha preferida e gosto sempre de ouvir e imaginar como deve ter sido, mesmo que no Brasil, bem longe da Inglaterra.

Feliz dia dos pais! Eu te amo, pai beatlemaníaco!

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